Ingredientes projectados, ou o design da matéria gastronómica

Texto Frederico Duarte Rita João
Fotografia Pedro Sadio

Quando comemos um bolo não pensamos na farinha usada no seu fabrico nem sabemos de onde veio, ou em que campo foi cultivado o cereal que lhe deu origem. Também não pensamos em que fábrica foi transformada ou como viajou até a pastelaria onde foi transformada em parte da nossa refeição, junto de outros ingredientes e componentes. Tal como as farinhas, estes produtos – margarinas, fermentos, açúcares refinados, ovos pasteurizados… – são também resultado de processos de produção a uma escala (semi-)industrial, não refletidos (ou ocultados) nos produtos finais da pastelaria do dia-a-dia. Esta secção aborda alguns destes processos, mostrando como as cadeias de produção, processamento e distribuição, sem esquecer os recursos usados e os resíduos criados, exigem pensar no design da pastelaria semi-industrial em termos sistémicos. Esta exigência pretende, por sua vez, promover uma tomada de consciência, junto de consumidores informados, sobre a indústria alimentar contemporânea.

Texto: Frederico Duarte e Rita João
Fotografia: Pedro Sadio