Fabrico Vaqueiro

Texto Frederico Duarte

Desde que em 1926 começou a produzir e comercializar margarina em Portugal sob a marca Vaqueiro, a multinacional anglo-holandesa FIMA-Lever (mais tarde conhecida por Unilever) teve uma influência incontornável na criação da chamada pastelaria de Fabrico Próprio. Esta influência observou-se tanto na criação do Instituto Culinário Vaqueiro, o qual promoveu cursos, campanhas e publicações que aproximaram a Vaqueiro dos consumidores. Em paralelo, a Vaqueiro conduziu ações de formação junto de profissionais de cozinha e pastelaria por todo o país, para os quais desenvolveu uma gama de produtos específicos focados na produção semi-industrial de produtos doces e salgados. Estas iniciativas criaram uma nova cultura gastronómica, partilhada por consumidores em todo o país, centrada na margarina, em si um ingrediente industrial. Ao generalizar o uso da massa folhada (entre outras), a Vaqueiro uniu a pastelaria vienense à doçaria portuguesa de tradição conventual, bem como aos ingredientes regionais e rituais sazonais, homogeneizando o consumo e o gosto por produtos doces e salgados, produzidos em pequena escala e de forma atomizada, por todo o país.

Texto: Frederico Duarte